quarta-feira, 16 de março de 2011

São Paulo - São Tomé das Letras






SP- Camanducaia (145kms)

Sempre existe uma certa ansiedade antes de viajar e desta vez não foi diferente. O sono demora pra vir e vem leve... e quando você menos espera o despertador toca. Rola um momento que você pensa: vou continuar dormindo e desencano da trip... mas isso some e quando vc vê já está na estrada... 
Peguei muita chuva neste primeiro dia. O trecho até a Serra da Cantareira foi tranqüilo, já conhecia o percurso. Subir a serra foi o momento que mais cansei na trip inteira, com a bike carregada foi difícil chegar até lá em cima. A chuva e a neblina também apertaram neste momento, tive que ligar a sinalização da bike para ser visto. Mais informações sobre este trecho, neste link:  http://tripsdebike.blogspot.com/2010/11/sao-paulo-ate-jundiai-via-serra-da.html

Serra da Cantareira

O momento fisicamente mais cansativo da viagem tinha passado e agora vinha o mais difícil pisicologicamente: A Rodovia Fernão Dias congestionada no Sábado de Carnaval. 

 Fernão Dias parada

A bike ia mais rápido que os carros, que estavam parados, mas os motoristas fanfarrões vinham no acostamento. Tive que ficar muito ligeiro nisso, o pedal deixou de ser agradável e passou a ser um exercício de sobrevivência.. algumas centenas de carros passaram por mim pelo acostamento. Era um olho na pista e o outro no retrovisor. Um dos malditos acertou um bar end da bike e a bike foi pro chão, consegui ficar em pé mas fiquei muito puto... resolvi dar um tempo num posto, rever minha vida e comer um fandangos. 

 Em algum lugar da Fernão Dias

Pensei em ficar em Extrema-MG por hoje, que tinha um carnaval interessante, mas todas as pousadas da cidade estavam lotadas. A chuva apertou muito e esqueci de colocar uma capa no alforge do guidão... quando me liguei já era tarde demais.  
Fui pedalando até Itapeva.. que tinha somente pousadas ruins e caras. Acabei esticando o pedal até Camanducaia, aonde consegui uma pousada boa e barata, com um povo legal.  
Depois da trip pra Bahia, nunca mais tinha pedalado embaixo de tanta chuva. Só que diferente da Bahia, aqui não tem um grande sol depois da chuva: tem mais chuva e neblina. O resultado foi que mesmo com capas impermeáveis e roupas dentro de sacos plásticos, minha bagagem ficou encharcada. Como o tempo estava úmido demais, e acabou permanecendo assim todos os dias da trip, fui amaldiçoado com um agradável cheiro de cachorro molhado. 

Noite em Camanducaia

Fui ver um pouco do carnaval, tomar umas, comer e dar uso aos protetores auriculares durante a noite de sono.


Dia #2
Camanducaia – Três Corações (busão)
Três Corações – São Thomé das Letras (44kms)


Acordei pensando que iria pedalar hoje, mas depois que vi o tempo ruim lá fora não hesitei e fui pegar um busão até Três Corações. Hoje o pedal seria apenas na Fernão Dias, sem tempo pra mta coisa além de pedalar, pois seriam 170kms de terreno praticamente plano, acompanhado de muitos carros e caminhões. Preferi encurtar um dia de pedal pra poder curtir mais um dia em São Thomé das Letras.  
Primeiro peguei um ônibus até Pouso Alegre.. e em seguida outro para Três Corações. Não tive muitos problemas com o transporte da bike. Na verdade sempre tem uns motoristas que gostam de se sentir poderosos e ficam fazendo um terror, dizendo que precisa de nota fiscal da bike, capa ou qquer coisa do gênero.

 Estrada para São Thomé das Letras

Chegando em Três Corações fui pedalando sentido São Thomé. O pedal ficou muito mais legal, sem a nóia dos carros e com uma paisagem espetacular. Deu pra sacar muitas fotos. 
No Google Maps não tinha essa estrada mapeada, e eu tava meio cabreiro com as subidas... já que ia acima de 1400mts. Mas na real não tem nada de muito íngreme, da pra pedalar de boa.  Uma dica pra quem quer pedalar por ali é levar água e comida. Minha água acabou faltando uns 10kms e uma enorme subida, tive que bater numa casa pra pedir mais água.. e acabei ganhando um pão também..

São Thomé se aproximando...

Branco... 

Avistar a cidade lá em cima de uma montanha branca é algo impressionante. Os campos de milho e café também dão uma característica pro lugar. Vale muito a pena pedalar por ali. Garoava um pouco, mas nada demais.. somente o suficiente para não deixar secar minhas roupas.
Quando cheguei lá em cima o pneu dianteiro furou. Estava pedalando com outro magrão na subida final, que seguiu em frente para escapar da chuva. Vi que o furo não era muito grande, enchi o pneu pra poder pedalar mais um pouco e escapar de trocar o pneu na chuva. 
Pedalei pouca coisa a mais e encontrei a praça, aonde encontrei minha tia Marga, que havia alugado uma casa na cidade.   

Dia #3
São Thomé das Letras

São Tomé Das Letras


Aproveitei o dia pra conhecer a cidade e um pouco das pessoas. O tempo estava quase sempre chuvoso, mas as vezes abria e dava para circular pela cidade. Gostei bastante do local e tive bons momentos lá.. 
O astral da cidade me fez lembrar de El Bolson... Aqui lo mágico es natural.


Pirâmide 

Dia #4
O Regresso


Fizemos uma jornada de quase 12 horas para chegar até São Paulo. A bike não cabia no carro e tivemos que pegar três ônibus até Sampa. Deu tudo certo, só perdi um isolante térmico, porque minha cabeça tava em outro lugar.. mas até que foi divertido passar o dia com minha tia, de rodoviária em rodoviária.  

 Rodoviárias

Essa foi uma das viagens mais importantes que fiz, apesar de ter sido curta. Vi as coisas que eu realmente gosto de fazer enquanto pedalo, foi uma referência para futuros pedais.


Como a estrada de Três Corações até São Thomé não está no Google, fica somente o mapa do primeiro dia de pedal:



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