quinta-feira, 18 de março de 2010

São Paulo/Bertioga - Carnaval 2010

Acordamos as 6 da manhã, tomamos um café da manhã, carregamos as tralhas nas bikes e saímos de casa as 7, com sentido a estação Tamanduateí de trem.
Eu não sabia direito como chegar, mas o Cazati, como um bom motorista de SP, sabia. Chegamos lá em uns 30 minutos, passando pelos morros do Ipiranga.

Estação Tamanduateí

Pegamos o trem até Ribeirão Pires e uma hora depois começamos nosso pedal indo para a Rod. Índio Tibiriçá
A estrada é muito tranquila, com acostamento em quase todo o percurso, exceto nos pontos onde tem pista dupla. Tem um visual bem legal da Represa Billings..

Rod Índio Tibiriçá

Em pouco tempo chegamos na entrada para a Rod. Caminhos do Mar. Iríamos tentar descer por lá até Santos e caso isso não fosse possível, voltaríamos para acampar em Paranapiacaba.
A rodovia estava cheia de ciclistas, a galera vai até o portal do Polo de Ecoturismo e volta. Este trecho da uns 8,5km e é muito legal de pedalar, com sinalização para ciclistas, poucos carros passando e um belo visual da represa. Ficamos lá um tempo apreciando tudo...
Adiante avistamos o portal e tentei passar batido, mas o guarda saiu da guarita logo depois e apitou para eu voltar. Ele disse que não era permitido bikes, que dava pra visitar a pé e em bike somente em eventos específicos. O guarda passou um folheto de informações com o número de telefone que passamos a semana inteira tentando ligar e que sempre dava ocupado ou ninguém atendia...
Frustrados, decidimos ir até o caminho de manutenção da Imigrantes e descer por lá, ao invés de ir pra Paranapiacaba.
Voltamos até o final da Índio Tibiriçá e seguimos pela Caminhos do Mar até o fim com a Anchieta. Pedimos informações de como chegar a Imigrantes e a melhor opção foi ir até Riacho Grande e de lá tomar uma balsa.
Este bairro de São Bernardo tem umas subidinhas lazarentas. Resolvemos passar num mercado e comprar um rango e água, que comemos na rua mesmo.
Depois de alguns morros, chegamos a balsa. Muito louco pegar balsa em São Paulo, dá pra ver que realmente a gente não conhece quase nada desta cidade. Conversamos com um motoqueiro que nos indicou um caminho.. disse que ia ter uns 3 km de asfalto e depois um cruzamento, e que devíamos seguir reto. Só que chegando lá, pedimos mais informações e assim como a placa que dizia para pegarmos a esquerda, seguimos pela esquerda. Um caminho bem legal, com umas pedras que fizeram com que eu derrapasse bastante.. e numa dessas quando parei para me arrumar de uma lambada, o cazati disse:
-Você só ta levando um chinelo?
Ai vi que tinha perdido o chinelo em algum lugar da estrada, voltei pra procurar e encontrei outros chinelos, mas o meu não....
Este caminho fez a gente pegar um pouco mais de estrada de terra, e demorar um pouco mais para chegar até a Imigrantes.
Então chegamos na Imigrantes e logo depois no Rancho da Pamonha, fritando embaixo do sol.
Paramos e tomamos um suco de milho, bastante água e esperamos o sol baixar um pouco... depois seguimos até o início da estrada de Manutenção.
Chegar lá foi muito bom, sair de perto dos carros e caminhões noiados... ter aquele silêncio e paz dá uma boa relaxada. Seguimos o caminho pelo lado mais lógico e seguindo algumas marcações no chão e nas placas para o trajeto mais tranquilo para bikes.


O caminho é bem tranquilo e sem muitas dificuldades, a não ser as descidas, que qualquer descuido pode virar um belo lambaço.
Cazati

Paramos várias vezes e olhávamos aqueles carros, parados (feriado de carnaval), no stress, com o objetivo de chegar e somente chegar, sem se importar o meio... bem diferente de fazer o percurso por bike.



No túnel encontramos dois malucos que também estavam descendo a serra de bike, e trocamos uma idéia com eles. Um era a primeira vez que fazia o percurso, o outro já tinha feito várias vezes e deu informações pra gente.. descemos trocando uma idéia até a cachoeira, onde eles pararam pra tomar um banho.

Túnel - Saída de emergência para carros da Imigrantes


Cachoeira

Demoramos bastante tempo pq ficávamos filmando e tirando fotos.. e em breve encontramos os dois figuras de novo e descemos até a Anchieta juntos. Um dos malucos até conhecia uma mina que trabalha comigo.
Pegamos o caminho que tem o rio Pilões pela esquerda, e seguimos até o cruzamento aonde seguimos pela Anchieta.
Na Anchieta sai disparado e vi que o Cazati tava demorando muito pra vir.. então ele disse que tava com o joelho ruim. Fomos bem devagar, ultrapassados várias vezes pelas "barra-forte" da região. Paramos pra comer alguma coisa em Cubatão e as 9:00 da noite chegamos no mar de Santos... nosso destino do dia.
Eu queria voltar pra Sampa, já que o joelho do Cazati tava ruim.. mas o Highlander insistiu para ficarmos por lá naquela noite, e irmos amanhã pra Sampa, ou se o joelho dele tivesse melhor, ir até a Prainha Branca...
Damos uma banda na região e encontramos uma pousada por 80 reais, que conversando com os donos conseguimos abaixar pra 40.. lugar bom, e com café da manhã. Foi bom ter conseguido encontrar um lugar perto da praia no Carnaval.

Hotel em Santos


Fomos para o quarto, tomamos um banho e saímos pra bater um rango e tomar umas.
No restaurante foi blza.. x-salada e breja. Lembro da garçonete que era mto gatinha e tava de mau humor por estar trabalhando no carnaval.
No dia seguinte acordamos zerados, tomamos café, passamos no banco pra pegar grana e seguimos até a balsa de Guarujá pela orla de Santos. Eu não conhecia, e curti.. uma praia bem grande e com uma infra legal para ciclistas.


Santos

Pegamos a balsa e seguimos até a prainha de Guaiúba, chegamos lá meio perdidos.. mas encontramos um casal que ajudou a gente a se localizar pela cidade. Mto bonita e bacana a prainha. A tomamos um refrigerante e seguimos o caminho.. pelas praias do Tombo, Astúrias, Pitangueiras, Enseada, Pernambuco até a praia do Perequê.. aonde almoçamos um x-tudo que derrubou a gente, então fomos dar uma dormida embaixo duma árvore na praia...

Guarujá

Seguimos o caminho até a Prainha Branca. Muito legal o percurso, um caminho tranquilo e com um ótimo visual. No caminho encontramos o Bar da Bica, que era um bar que tinha um cano que ficava jorrando água e as pessoas tomando um banho. Tinha muita gente. E em aproximadamente uma hora estávamos já na trilha da prainha.
Trilha Prainha Branca

A trilha foi meio treta no início, pq precisamos carregar as bikes pelos degraus, e como tinha muita gente (era carnaval) isso foi meio complicado.. mas nada demais também. E fomos empurrando as bikes até o final da trilha, aonde encontramos um camping bacana, do Josias, e armamos acampamento por ali mesmo.


Prainha Branca

O Josias era muito gente boa, também era ciclista e foi mostrar a bike dele pra gente, é legal ver como as pessoas te recepcionam diferente se você aparece de bike.. é um fator que realmente aproxima muito mais as pessoas de você.
Depois que armamos a barraca saímos para dar um rolê na praia.. e finalmente tomamos um banho de mar. Paramos num boteco ali perto e também tomamos umas, depois fomos para outro boteco (o que estávamos fechou), mas o serviço era muito demorado.. tinha gente q estava esperando mais de uma hora para comer. Nós comemos um x-salada e tomamos umas., aparentemente não iria rolar nada demais.. e casados fomos para a barraca dormir.
Logo que pegamos no sono começou um som muito alto.. mas muito alto.. devia estar vindo de algum lugar aonde estava rolando um carnaval. Não consegui dormir 100%, mas também não fiquei cansado por falta de sono no dia seguinte. O pancadão somente terminou lá pelas 7:30 da manhã, quando os caras estavam cantando Ilariê da Xuxa...
Acordamos por ai, e fomos atrás de um café da manhã. Então a gente deu uma desanimada legal, ficamos mais de 1h pra conseguir alguma coisa, o pessoal do restaurante/bar que fomos comer esqueceu de passar nosso pedido, e fomos reclamar várias vezes.. mas muitas vezes. Até que fui reclamar pra valer.. e ai sim fomos atendidos. Realmente o lugar não tem infra estrutura para servir tanta gente, e acabam rolando estes pequenos problemas.

Prainha Branca

Fomos dar uma banda nas pedras, e conhecer a ilha. Depois tomamos um banho de mar e tentamos almoçar la pelo meio dia, mas nenhum lugar tinha comida, "pq não havia chegado a mistura". Então fomos até uma padoca e comemos uns hamburguers com uma tubaina.
Ficamos num impasse, em passar mais um dia ali ou seguir até Bertioga. Acabamos indo para Bertioga e o Josias do camping deu umas garrafas de água pra gente. Atravessamos a balsa e fomos conhecer a praia de Bertioga. Tinha uns campings, todos eram muito caros. Logo mais começou a chover e buscamos abrigo num quiosque da praia. Seguimos pela praia até encontramos um camping ais barato, e encontramos. Mas ai fui trocar uma idéia com o Cazati e resolvemos voltar pra Sampa. Já que o joelho dele não estava muito bem e que nosso objetivo já tinha sido alcançado, que era ir até a prainha branca.
Demos mais um rolê pela cidade, compramos nossas passagens e batemos um rango e tomamos umas numa padoca perto do terminal de bertioga. Lá tb encontramos uns ciclistas que também tinham feito um rolê parecido com o nosso. E as 7:00 da noite pegamos o busão e fomos até o Jabaquara.. capotamos no busão e somente acordamos qndo chegamos.
Pegamos as bikes e fomos pedalando até em casa. Encontramos o Danilo e o JP vendo tv. É muito louco as coisas que essas viagens causam na gente.. depois que a gente volta pra casa, começamos a ver as coisas diferentes, e questionar o que realmente importa.

Abaixo segue o video da trip:





Cicloviagem de São Paulo à Bertioga from Victor Guidini on Vimeo.

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