terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ciclotrip Vitória - Salvador -3a Semana

Dia # 15: Porto Seguro – Canavieiras (75km)

Balsa em Sta Cruz de Cabrália

Hoje foi um belo dia. Acordei e já peguei a estrada. Peguei chuva, mas chuva aqui na Bahia é diferente nessa época do ano... chove e depois abre um sol que seca tudo.

Pedalei um trecho de Santa Cruz de Cabrália com um ciclista que encontrei no caminho, não me recordo do nome dele, mas era um senhor gente boa, que já tinha vindo do Mato Grosso até a Bahia de bike. Ele também dizia ser primo o Zico do Flamengo.

Na balsa encontrei um povo de Videira-SC, é impressionante como encontro gente de Santa Catarina e e Gaúchos aqui. O trajeto da balsa foi muito bonito e custa cerca de R$1,80 por bicicleta.

Passei pelas praias de Santo Antônio e Santo André. Em Santo Antonio visitei a maior estatua de Santo Antônio do mundo. O trajeto até Belmonte foi um dos mais bonitos que passei, com umas planícies gigantescas, sem ninguém passando por ali. É um lugar que quero voltar, pra passar um tempo nas praias.

Estradas desertas #1

Estradas desertas #2

Na noite anterior chequei na Internet a Tabela de Marés, para conseguir pegar o transporte de Belmonte até Canavieiras no mesmo dia. Cheguei 1h antes e embarquei a bike no barco do Bigode. Foram comigo no barco dois malucos, a Marcela e o Chico.

O trajeto vale muito a pena, é feito numa lancha voadeira, como aquela que peguei de Superagui até Paranaguá. Passa pelos mangues da região numa velocidade bem legal. Foi um dos pontos altos da trip.

 Nos manguezais de Canavieiras

Em Canes (como chamam Canavieiras) fui empurrando a bike com a Marcela e o Chico até encontramos uma pousada. A cidade já foi uma das mais ricas devido a exploração do cacau, mas hj em dia as coisas já não são as mesmas.

Encontramos uma pousada na beira da praia e quando estava indo para o quarto veio um cicloturista falar comigo. Era o Eder, que dizia ter passagem pelo livro Guinnes de Recordes e estava pedalando pela região.

Comendo os Caranguejos

Fui tomar uma com o Chico e a Marcela e comemos uns carangueijos. Fiquei meio decepcionado com o rango, tava com mta fome e o trampo pra comer o bichinho era grande. Depois de alguns, pedimos um rango para os três, mas o povo do restaurante esqueceu e tivemos que ir comer em outro lugar.



Dia #16: Canavieiras – Ilhéus (121 kms)

É impressionante como estou acordando cedo. Bate 6:30 eu já to acordado, sem despertador nem nada.. em São Paulo isso seria um parto.

Tomei o café da manhã com o povo e me despedi deles. O Eder foi comigo pra gente visitar o Secretário de Turismo do município, batemos uma foto e eu segui meu caminho.

O caminho era tranqüilo e o vento estava fraco. Neste primeiro trecho, até a cidade de Una não tinha subidas e consegui manter uma média alta de velocidade. O mais legal desse percurso foi um motoqueiro que veio conversando comigo, um papo que o cara soltou várias verdades na conversa.. acho que por que sabia que nunca mais ia me ver na vida. Quando chegamos num cruzamento e cada um seguiu prum lado ele disse que tinha sido uma das melhores conversas da vida dele e que nunca ia esquecer.


Cheguei na serra de Una, umas subidas bem lazarentas, que drenaram legal minha energia. Quando cheguei em Una parei pra bater um rango e comi salada demais. Dei um tempo no restaurante mas devia ter esperado mais. Passei por uns 30kms de subidas e descidas bem chatas e parei num ponto de ônibus pra descansar.

 A caminho de Ilhéus

Já revigorado segui o rumo e cheguei no litoral de Ilhéus, que é espetacular. Entrava em algumas praias e ficava admirando tudo, sabendo que depois dessa trip ia demorar algum tempo até ver algo dessa magnitude novamente.

 Bem Vindo A Ilhéus

Cheguei na cidade de Ilhéus e fui para o Centro Histórico. Tentei procurar um hotel barato por ali, mas tava tudo acima das minhas posses. Até que encontrei um que parecia um escombro de guerra, mas ficava muito bem localizado. Fui conferir e acertei 3 dias com o Seu Bandeira, o gerente que sempre usa um chapéu Panamá branco.

Fui comer numa lanchonete, pedi dois salgados, um suco e um x-salada e a garçonete foi com minha cara e disse que não ia cobrar os salgados. De noite fui tomar umas num bar ali no centro, que tava rolando uns Pink Floyd.

De volta pro hotel: o risco de morte era eminente. Tudo dava choque e tomar banho era uma aventura. Mas o que mais me preocupava era o ventilador, que estava se soltando do teto, e estava somente preso por um parafuso. Passei um "super bonder" por ali pra dar uma garantida que acordaria inteiro e capotei depois deste dia cheio de novidades.


Dia #16: Ilhéus (sem pedal hj)

Sai pra conhecer a cidade depois de tomar um suco que nunca tinha tomado, e também não lembro o nome agora. O centrinho me lembrou a região da Conselheiro Mafra, de Floripa, me senti bem por ali.

Fui conhecer a praia e veio uma mulher correndo pro meu lado, assustada. Ela abriu o berreiro ali, dizendo que tinha um senhor escondido no mato que estava se masturbando e olhando pra ela. Fui com ela em direção do suposto arbusto e o onanista saltou do arbusto e saiu em disparado pro lado contrário, enquanto a mulher abre os berros, amaldiçoando o praticante do sexo manual.

Passei um tempo na Lan House, atualizando o blog. Depois subi até um convento e fui captar o por do sol do outro lado da ponte.

 Ilhéus

Dormi um pouco no hotel e quando acordei o centrinho já estava sem nada aberto. Encontrei uma padoca e comi um pastel e um doce que eu iria lembrar depois, tava descendo muito quadrado.

Fui tomar uma de novo no mesmo bar que na noite anterior, e umas minas vieram falar comigo, já tinha sacado da noite anterior que eram garotas de programa. Me convidaram pra sentar na mesa delas e passei a noite na companhia das damas da noite, trocando umas idéias na mesa do bar.

Quando tava dormindo, o salgado e o doce que tinha comido na padoca começaram a incomodar. Acordei pra vomitar umas 4x, tava mal e com febre. Pensei até em tomar um banho, mas naquele estado eu seria certamente eletrocutado. Fui capotar, esperando não precisar ter que acordar mais nenhuma vez pra gorfar.


Dia 18: Ilhéus (15kms)

Acordei em slow motion, tava sentido as seqüelas no estômago de ontem. Até pensei que fosse a cerveja, mas tinha bebido muito pouco e quando pensava na comida da padaria voltava a me sentir mal.

 No fundo a catedral e na frente a poluição política

Lavei uma roupa na pia e fui me alimentar na cidade. Tomei um suco de cupuaçu com açaí, sem água, mas curti. Comi umas tapiocas e fui tomar outro suco em outro lugar.

Peguei a bike pra dar uma pedalada, mas tava meio sem ânimo. Deu pra conhecer um pouco as praias da Orla Norte e fazer um breve pedal. Resolvi voltar porque tava precisando comer e descansar.

Prefeitura

Dormi e acordei melhor, choveu a tarde pra dar uma aliviada no calor. Hj foi um dia bem difícil, mas tava consciente do que tava passando e que iria acordar melhor amanhã. Passei o resto da noite no quarto, me recompondo para o pedal de amanhã.



Dia #19: ilhéus – Itacaré (80kms)

Despertei melhor, bem revigorado e pronto para pedalar. Falei com o Seu Bandeira e ele me disse como seria a estrada até Itacaré... tem uma serra no meio, eu não contava com isso, mas seria uma quilometragem tranqüila.. 70 kms.

Fui pedalando de boa, parei pra tomar água de coco em vários lugares e conheci um povo que tinha um jacaré de estimação. O visual é aquela coisa e a estrada é boa, com pouco acostamento mas quase sem tráfego, com alguns momentos de chuva.

Depois da chuva

Quando cheguei em Serra Grande descobri o porque deste nome. Parei pra comer uma salada e dei um tempo pra me recompor. Quando peguei a estrada novamente começou um toró e tive que me abrigar num ponto de ônibus.

 Ciclistas nas nuvens

O cenário mudou e lembrou um pouco da vegetação da estrada de Ubatuba-Paraty. Aos poucos fui chegando em Itacaré, que aparentemente fica no pé da serra. Procurei lugar pra ficar e os preços estavam mais caros do que queria pagar, iria acampar hj, até que encontrei uma pousada que fez um preço bem, especial pelas 3 noites que vou ficar por aqui.

Almocei e fui dar uma rondada na cidade, voltei pro hotel e acabei desmaiando na cama.



Dia #20 – Itacaré (sem pedal hj)

O dia estava muito bonito pela manhã e saí para conhecer as praias da região.

Passei o dia batendo fotos, filmando e lagarteando na areia. A tardinha começou uma chuva que durou até o dia seguinte, sempre intercalando com alguns períodos de sol.

Praia da Tiririca (Itacaré)


Foi um dia bem produtivo para filmar e bater fotos, me diverti bastante fazendo isso.

 Farol

De noite saí para ver os bares da cidade, que são legais, mas tem muitos lugares que são “pega-turista” demais.



Dia #21 – Itacaré (34 kms)

Peguei a bike e fui conhecer as praias mais distantes do centro.

Tava chovendo o tempo todo e fiquei meio frustrado com o sol, que estava impossibilitando tirar boas fotos.

Já tinha passado por essa estrada quando cheguei na cidade, mas agora estava com mais tempo e com a bike sem os alforges. Passei por uma cachoeira, a do Bom Sossego, fui entrando e nem vi que tinha uma placa cobrando três reais para visitar. É bem mixuruca e não fiquei nem 5 minutos vendo, mas tive que pagar para o Seu João, que tinha encarnado o espírito do mercenário. Na saída vi que tinha a placa dizendo que seria cobrado...

 Cachoeira de 3 conto

Pedalando na chuva e pelos morros da rodovia cheguei a praia do Havaizinho, fiz uma trilha legal com a bike, mas sempre ficando esperto com o "guidão de caminhão" que to usando e os bar-ends que engatam no mato.

Trilha

A praia é legal, mas o tempo estava muito fechado. Fui até as outras praias da região por trilhas, mas não fiquei muito tempo por causa da chuva.

A volta foi tranqüila e quando cheguei fui comer algo no centrinho. Vi o jogo na TV e saí para fazer uns takes dos barcos e da praia.

Por do sol sem sol em Itacaré

Com o tempo assim, fiquei na pousada descansando para o dia de amanhã, que enfrentarei uma das piores rodovias do Brasil, a BA-030 entre Itacaré e Maraú (Barra Grande). O problema foi que uma festa religiosa na cidade começou as 22hs da noite. No ínício foi treta dormir, depois lembrei dos meus protetores auriculares e tudo correu bem.

3 comentários:

  1. Que pedal legal. Em breve estarei passando por este trecho também.

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  2. Hey Vitor, pelo jeito a trip foi incrivel. Depois que voce saiu da pousada nos tambem seguimos viajem pra Caraiva, onde tomei um porrete de Netuno ( trouxe 2 garrafas pro sul), e fomos ate Corumbau, o caminho inverso teu. Incrivel o lugar... Se a proxima trip for pra europa me avisa, sabe que em Amsterdam tera pouso e guia. Um grande abraço
    Marcela

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  3. O netuno foi uma das grandes descobertas da trip rs.
    Legal conhecer vocês e se pá a gente se encontra em Amsterdam!
    bjo
    Victor

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