terça-feira, 3 de julho de 2012

Cicloviagem Islândia - parte 2


Geysir  #10 (01/07/12)
Acordamos super cedo, 6:00am, para chegar até Gullfoss – a maior cachoeira da Islândia.
Eu tava meio baqueado por causa do frio, a Sonja tava que tava.. acostumada já com essas temperaturas. Levei umas boas horas até realmente acordar.

Sonja e Gullfoss

Agora que estou me acostumando a viajar, no início perdia muitas coisas, desde tempo até roupas. É necessário todo um workflow para organizar as coisas nos alforges, dentro da barraca, lista de tarefas. Muita coisa acontece durante o dia, você vê tanta coisa diferente e depois mais coisas diferentes, pessoas novas, o esforço de pedalar cheio de bagagens e tudo isso em inglês... embaralha um pouco a mente, e as vezes é necessário dar uma pausa em tudo pra assimilar o que está rolando.
Pedalamos com as bikes sem carga, e foi uma beleza. Mesmo assim estava com algum ácido lático nas pernas. 10 kms pedalados e estávamos lá,, Gullfoss.

Gullfoss #1


 Gullfoss #2

Com cara de retardado, mas é pra mostrar pra mãe que tive lá


Impressionante é pouco pra dizer sobre este lugar, realmente é muito grandioso. Nunca vi nada igual. Após algumas fotos, me despedi da Sonia, que iria seguir caminho para Sellfoss.
Passei umas 3hs lá, fazendo fotos, time lapses e videos. É muito bom poder viajar assim..

Gullfoss #3


Na volta dei uma olhada na internet sobre o tempo, e decidi ficar mais um dia lá, pra dar um tempo pras pernas se recuperarem. Também decidi não ir mais pra Sellfoss, já que irei passar por lá no final da viagem.
O dia foi de edição de videos e fotos, e quando rolava conexão fazia upload pra internet. Também dormi bastante a tarde, enquanto uma bela chuva caia.
Fiquei pensando por algumas horas, e resolvi pegar um ônibus amanhã, fazendo o trajeto de volta até a Ring Road. Vai custar uns 100 reais, mas como já pedalei este trajeto, vou ganhar uns dias nessa.


Dia #11 (02/07/12) – Mossfalbaer – Akranes (95kms)
Encontrei uns espanhois que estavam pedalando pelo país. Me falaram pra pegar um ônibus quando chegar em Akureiry, pra passar pelas highlands. Talvez faça isso, porque deve ser muito interessante lá.. daria pra ir de bike, mas como não curto muito pedalar fora do asfalto (já basta a Estrada Real), creio que vou pegar o busão mesmo.. veremos.
O ônibus somente irá partir às 13hs.. então passei umas horas andando pelos gêisers. Creio que vai demorar um pouco pra eu ver de novo essas coisas. O ônibus passou por Gullfoss de novo, assim como Thingvellir, então deu pra dar mais uma curtida em tudo..

 O geyser explodindo e o povo correndo..

Mais um geyser de Geysir

Vista de montanha (Geysir)

Gullfos (agora com a horda de turistas)

Þingvellir (agora de dia)

Cheguei na Ring Road às 16hs. Teria 40 kms pra pedalar pra chegar até uma área para acampar, na real não tinha camping, somente uma clareira onde é possível acampar.
Até Akranes são apenas 33kms, mas como não posso passar pelo túnel de bike, tive que fazer um desvio, passando pela antiga estrada que liga as cidades. O bom é que não havia ninguém na estrada..  então tive toda aquela paisagem sem nenhum barulho de automóveis.

 Indo para Akranes

Pink Floyd


Realmente estava muito bom pedalar ali, fiquei tão feliz que resolvi ir até Akranes hoje mesmo.. pois como aqui não anoitece nunca, somente fica muito frio depois das 21hs, tinha luz para pedalar a vontade.
O caminho foi maravilhoso, e estava com minhas pernas boas novamente, com torque pras subidas. Levei cerca de 6hs pra fazer os 95kms, parando direto para bater fotos. Outro ponto que achei que vai ser bem comum é tomar café ou chá nos postos de gasolina, pois dão uma aquecida boa no corpo.. além dos estímulos da cafeína. Acabei comprando umas luvas num posto de gasolina, creio que vao me servir bem para os dias de chuva.
No final do trajeto eu estava com muito frio, e ensopado embaixo das roupas, sorte que são a prova de vento, senão ia rolar uma hipotermia ou um resfriado. Falando em vento, é absurdo como ele pode ser cruel aqui.. as vezes é necessário sair da bike e empurrar nas retas.

Chegando em Akranes


Encontrei fácil um hostel em Akranes, e muito barato. O dono, o Magnus, também já percorreu a Islândia de bike, uns 20 anos atrás, quando não havia quase asfalto nas estradas.
Tomei um banho, comi aquele miojo saudável e capotei.



Dia #12 (03/07/2012) Akranes
O povo do hostel é muito gente boa. O Magnus é o dono e a Nina, uma alemã, trabalha para ele. A Nina pinta uns quadros interessantes, parecem fotografias HDR, com lápis de cor.. a decoração do hotel são estes quadros.

Akranes - Barco #1


Barco #2


Fiquei boa parte do dia editando fotos e videos... dando um tempo para as pernas. A tarde fui comprar um salmão, 10 reais o kg, pra fazer de almoço. O legal destes hostels é q tem uma parte de free food, que é comida de graça, deixada por outros hóspedes.
Uma coisa interessante na Islândia é a segurança, sempre deixo minha bike com cadeado, mas ninguém deixa..  dizem que não existem roubos, e supostamente é o lugar mais seguro do planeta. Até agora não vi o menor sinal de pobreza, todo mundo parece viver muito bem por aqui, neste quesito. Creio que para suportar o inverno rigoroso, é mais que necessário ter toda uma infra estrutura, caso contrário deve ser impossível.
Lá pelas 21hs saí para fotografar um pouco. Encontrei o Hilmar, que é fotógrafo, e que é o responsável pelol projeto de abrir o farol da cidade para visitação. 

Barco #3 - Akranes

Hilmar no farol


Como estava meio cansado fui pra casa depois de fotografar uns barcos, lá existe um estaleiro para construção naval.

Dia #13 (04/07/2012) Akranes – Borgarnes (45kms)
Tentei arrumar a bike, mas não rolou. A coroa da frente continua não entrando, o que pode ser um problema caso eu encontre uma subida muito íngreme.. mas sempre rola empurrar nestes casos. Até agora quase não precisei dela, mas vou tentar arrumar melhor hoje a noite.
O pedal até Borgarnes foi tranquilo. O vento as vezes ajudava, mas na maioria das vezes atrapalhava.. porém a maior dificuldade foi o trânsito, estava de novo na Ring Road, que não tem acostamento. Apesar do povo passar sempre com certa distância, sempre rola aquele stress quando um veículo se aproxima.
Parei uma vez para tomar um café, que custou algo em torno de 6 reais e comer um pão com manteiga de amendoim.. to curtindo essa manteiga, creio que poderia  viver comendo somente isso.

Cavalos e Montanhas
 Cavalos e Montanhas #2

Uma coisa interessante que aconteceu foi uma ilusão de ótica que tive. Toda vez que olhava para as montanhas, elas pareciam estar se movendo, como se estivessem desmoronando, para cima e para baixo. Parava a bike e ficava apreciando esta ilusão, que dava vida as montanhas.
Cheguei em Borgarnes depois de 3hs de pedal. Estou num albergue da juventude, que é o dobro do preço dum camping, mas o preço é quase o mesmo do que um do brasil, cerca de uns 40 reais.
To num quarto coletivo, com mais uma mulher da Suíça, com mais três camas que podem se ocupadas por alguém a qualquer hora. A cidade não tem muitos atrativos, é mais um ponto de apoio pra me estabelecer legal para a próxima etapa da viagem, que vai ser entrando na península oeste do país, onde irei acampar pelos próximos quatro ou cinco dias. Também não sei se terei acesso a internet pela região.
Agora a noite fui tentar dar uma arrumada na bike e acabei quebrando a chave de corrente. Fiquei puto, pois tinha pagado caro nessa chave e não tem loja alguma de bike por aqui. Creio que amanhã terei que ir até Reykjavik pra comprar a chave, pois se der algum problema na corrente durante o caminho terei problemas.
Pra completar a noite, saí para bater umas fotos e quando armei o tripé vi que tinha esquecido o cartão de memória da câmera no pc.. desencanei e fui dormir.


Dia #14 (05/07/2012) – Borgarnes – Reykjavik – Borgarnes.. de ônibus.
Tentei  falar com um morador local, que tem uma oficina, pra ver se ele podia me arranjar uma chave de corrente. Ele tinha uma chave, mas infelizmente, era a única dele e não pode me dar ou vender. Então segui, de ônibus, até Reykjavik.
Paguei cerca de 45 reais só pra levar a bike no ônibus (cada viagem), pois também queria dar uma olhada na catraca pequena, que achava que não estava pegando porque estava muito desgastada, mais outros 45 reais pra cada passagem.. só de transporte gastei uns 180 reais.
Uma coisa interessante de refazer o trajeto de ônibus é que você vê as coisas bem diferentes de dentro do carro. Passava pelo lugares e não ficava tão impactado como antes, estava seguro, dentro de uma cápsula de ferro e vidro e não exposto diretamente a tudo aquilo. É como comer no MacDonald’s, sempre tem aquele gosto meio de plástico..
Em Reykjavik deu tudo certo, deixei a bike numa oficina pros caras darem uma olhada nas catracas.. e o resultado era o que previ: a catraca menor já era.  Comprei a catraca nova, mais uma chave de corrente e uma chave de pedal (a antiga devo ter esquecido em Londres).
Era cerca de 12am quando terminei. Então fui comer algo, aproveitar que estava na civilização. Fiquei curioso pra ver como era a comida japonesa da Islândia. Sou um grande fã desta culinária e os rodízios no Brasil são uma festa. Mas aqui fiquei decepcionado.. a variedade é tão pequena que dá raiva, e os caras colocam tanta pimenta que perde o gosto da comida. E não é aquela erva verde, é uma pimenta tabajara daqui mesmo.
Dei uma passada na igreja da cidade, pois é uma construção bem  peculiar. Mais tarde passei na casa da Kasia, que me abrigou durante minha estadia em Reykjavik.  E às 16hs fui pra rodoviária pegar o busão de volta pra Borgarnes.
Antes de arrumar a bike passei no mercado, macarrão com molho pesto. Creio que um pote de pesto aqui custa uns 5 reais. Todo mundo fica estranhando pela minha felicidade em comer pesto, mas eles não sabem o preço que custa no Brasil.
Arrumei a bike e fiquei bem faceiro. Agora todas as marchas estão entrando, corrente nova e linear, mto legal.
Borgarnes
 
A noite saí para fazer um time lapse das montanhas da região. Fiquei cerca de 1:30h só olhando para as montanhas e como as nuvens se formam.  No quarto do hostel tem um inglês que está completando a volta a ilha, ele fez pelo caminho contrário, em 17 dias com uma bike de corrida. Estava bem abatido, e disse que provavelmente voltaria, mas com uma MTB.


Dia #15 (06/07/2012) Borgarnes – Eldborg (56kms)
De manhã editei o time lapse que fiz a noite. Curti o resultado, usei uma música do Fernando Ferronato, que já tinha usado em outro video, da cicloviagem até Curitiba.



Saí do hostel ao meio dia, mas antes fiz um macarrão, pois não sabia como seria a estrada. E foi uma boa, pois não encontrei nunhum posto ou restaurante pra comprar algo.
O caminho foi tranquilo, chuviscou o tempo todo, mas consegui escapar das grandes trombas de água que via no horizonte. O mais interessante neste trajeto foram os derrames vulcânicos e os vulcões que encontrei no caminho. 
 Derrames vulcânicos e vulcões

O vento não foi tão cruel, somente na última parte. Pra completar, meu pneu rasgou faltando 3kms pra chegar no camping. Passei uma silver tape e a fita anti-furo ta cobrindo o rasgo. Creio que vai aguentar, caso contrário vou ter que usar o pneu reserva de kevlar.
No camping tive uma surpresa, está lotado de islandêses. O mais estranho foi quando eu pedi onde ficava o chuveiro, o dono teve que me dar a chave do banheiro..  aparentemente ninguém tomou banho aqui hoje.
Agora to no saguão do hotel escrevendo o post e editando umas fotos. Vou esperar as crianças do camping dormirem pra eu fazer o mesmo.

O pessoal da Islândia é bem humorado, sempre sorrindo (seria por causa do verão?), e são muito solícitos pra dar informações ou conversar. Sem contar o ótimo sotaque, tipo escola de inglês, bem fácil de compreender.. mais fácil que americanos ou ingleses.
Uma coisa interessante sobre este camping que estou são os cavalos, tem um serviço de passeios de cavalo bem legal. Como estou com pouca grana, me contentei em fotografá-los.

Duelo

 
Cavalos #2

Cortes de crina

Oi?

Dia #16 (07/07/2012) Eldborg – Arnastapi (77kms)
O dia começou bem, uma leve garoa. Levei pouco tempo pra arrumar as coisas e partir.
Logo no início o primeiro problema, o pneu que ontem tinha furado, hoje estava rasgando. Não foi a câmara e sim o pneu mesmo. Sorte que sempre levo um pneu de Kevlar reserva.. ai foi mais um tempo pra trocar.. e carregar o pneu estragado (de arame) na bike,  pois não tinha onde jogar fora, e achava que poderia precisar dele.

Carregando o pneu rasgado

 O grande lance de hoje foi o vento. Vento contra, direto em cima de mim. Não conseguia passar dos 12.. 13kms por hora, a média era de uns 9 kms/h. Foi muito difícil, pois o exforço era grande e não existiam pontos de apoio para parar. Creio que foi uma das pedaladas mais difíceis da minha vida.
Os pássaros foram um problema também, tem um tipo, de bico vermelho, que vem pra cima da bike quando estou perto. Acham que eu vou atacar o ninho deles ou algo assim. E o mais difícil é que como o vento estava contra, não conseguia fugir deles. Tem um outro tipo de pássaro, um marrom, que não te ataca, mas ficam tentando fazer cocô em cima de você o tempo todo.. até agora não fui alvejado por estes, mas dúvido que pasarei ileso durante a viagem toda.
Pra completar a história toda, com o exforço que fazia no pedal, a corrente da bike quebrou.. ai foi mais um tempo pra trocar...
Mas o dia teve bons momentos, entrar na península de Snæfellsnes foi maravilhoso, ver o vulcão também foi algo recompensador. Acredito que foi um dos pedais mais didáticos que tive, pois a paciência que precisei hoje não tava no gibi.

 Snæfellsnes - e o vulcão lá no fundo

O camping em Arnastapi era bem tabajara, eo mais caro até agora, cerca de 23 reais. Mas não tinha chuveiro nem agua quente. Como o camping era ligado num hotel, entrei dentro do hotel e tomei um banho escondido do gerente.
Depois capotei, realmente estava muito cansado.


Dia #17 (08/07/2012) Arnastapi – Grundarfjoerdur (70kms)
Tava pensando em ir até o vulcão, mas a chuva estava apertando muito, então deixei para uma próxima vez que vier pra cá, ou talvez na próxima vida.
Resolvi tirar um pedaço do pneu velho, pra caso precise fazer um remendo ou algo do gênero.. assim me livrei do pneu e um pouco da aparência de catador de lixo .
A paisagem de hoje foi muito legal, campos enormes de lava sedimentada e o vulcão lá nas nuvens. Passei por inúmeras cachoeiras e por lugares difíceis de descrever. O vento chegou a ficar a meu favor por umas horas, e aproveitei para esticar o pedal até a próxima cidade, pois amanhã sei que ele vai ficar contra de novo..

Snæfellsnes #2


A chuva me acompanhou por todo o trajeto, chuva fina.. mas fiquei feliz pelo vento não estar contra. O frio também não está atrapalhando, estou até me acostumando.

 Gaivota e lava

Snæfellsnes #3

 
Chegando em Grundarfjoerdur fui para um albergue da juventude, mas estavam lotados. Então fui pro camping, armar a barraca na chuva e preparar algo quente para comer.. macarrão com molho pesto.
Dormi um pouco e em sequência fui para um café, usar a internet. A maior surpresa do dia foi a banda de death metal que está tocando no café. Muito surreal, este tipo de som fica recluso a umas bibocas no Brasil, aqui tocam até em cafés. E a banda, apesar de não ser meu estilo favorito, é muito boa.. lembra até as coisas do The Great Southern Trendkill do Pantera.
Creio que terminando aqui vou fazer mais um macarrão e dormir.


Dia #18 (09/07/2012) Grundarfjoerdur – Stykkisholmur (40kms)
Vento.. e contra. O dia foi baseado nisso, lutar contra o vento. Não tinha muito o que fazer, as vezes pedalava, as vezes empurrava. Pela primeira vez tiver que empurrar a bike na descida, pois o vento tava muito forte. A velocidade média era de 6km/h...

Ventos de 120km/h

 Foi muito curioso, para não dizer abominável, como o vento mudou totalmente de direção de ontem pra hoje. Isso é bem comum por aqui, teoricamente estou fazendo o caminho mais difícil da Islândia, sentido horário.. mas não é regra, pois os ventos estao mudando sempre de direção.
Pelo menos aprendi a olhar a tabela de ventos:  http://en.vedur.is/weather/forecasts/elements/#type=wind
É algo bem importante por aqui, eu diria mais do que a chuva. E hoje peguei ventos de cerca de 120-160kms/h.. e contra, o que impossibilitava de pedalar até em algumas descidas. Fato inédito na minha vida: empurrar a bike numa descida.

Saindo de Grundarfjoerdur

Tirando o vento, tentava aproveitar o visual, parava para comer nos rochedos vulcânicos e procrastinava ao máximo o pedal, esperando uma mudaça súbita na direção do vento.. que não ocorreu.
Ontem aproveitei que o vento estava a meu favor e pedalei mais 25kms até a cidade onde fiquei. Foi algo sábio, pois se fosse pra pedalar mais esses 25kms hj eu estaria bem cansado...
Amanhã creio que volto pra Borgarnes, para pegar a Ring Road no dia seguinte. Creio que pedalar amanhã não é muito legal, pois o vento vai estar agressivo ainda.
Agora estou instalado num camping, cheio de islandeses sem camisa numa temperatura de 12 graus.


 Amanhã, quando tiver aberto, quero descobrir o que é esta casa / placa

!!!


Dia #19 – Stykkisholmur (de barco)
Acordei super cedo, 7:00am e decidi ir até os fiordes do norte, via Ferry.
O passeio foi legal, cheio de belas paisagens e vento gelado. Uma coisa interessante foi que o vento diminuiu muito a intensidade durante a noite, virando um vento “normal”. O barco parou na ilha de Flatey e depois seguiu viagem até os fiordes do norte.
Estava muito cansado, minhas pernas sorriam para o ácido lático acumulado. De tão cansado dormi no barco por uma hora.. dando aquelas acordadas e todo mundo olhando pro cara dormindo sentado.
Os fiordes são muito legais, é uma pena que não vou ter tempo para pedalar por ali. Tinha muita vontade de conhecer estes lugares, mas as distâncias entre as vilas são grandes, chegando a quase 200kms entre uma e outra.. então desencanei e fiz somente este breve passeio.

 No ferry #1

No Ferry #2

Westfjords

Na volta estava morrendo de fome. Comprei leite, queijo e atum pra dar aquela calibrada nas proteínas. Perdi algum peso já, e antes da viagem tentei engordar um pouco, pois sabia que isso iria acontecer.. o lance é tentar não desaparecer no próximo mês.
O pessoal está sem camisa, marcando 10 graus.. impressionante a referência de cada povo sobre o calor.
Na barraca, depois de comer, dormi por algumas horas. E depois fui  para a internet, no cmpo de golfe.
Aproveitei a bela luz para bater umas fotos depois, e amanha devo seguir viagem de ônibus para Borgarnes, de onde sigo até o final da trip pela Ring Road.
Uma coisa muito legal que rolou ontem foi a comunicação com outro fotografo, que não sabia falar inglês, um italiano. Estavamos no alto da montanha, fotografando o pôr do sol, quase meia noite, e ele veio do meu lado e me mostrou sua fisheye, pedindo pra eu usar. Achei muito legal, tipo uma solidariedade. Fiquei tão feliz que esqueci até de fazer o foco. Isso vai bem ao contrário do que vi hoje no Ferry: um monte de turistas com suas 5D e teleobjetivas brancas do tamanho da minha bike.. fotografando em modo automático.


 Igreja - Stikkysholmur

O mundo é redondo.. sem foco, mas redondo..

Sunset - 23:30

Farol

Melancolia se aproximando

Porto

Outro fato que ocorreu ontem a noite foi um casal brigando dentro dum trailer no camping. Sem noção total, silêncio quebrado pelos gritos dos dois..
Sobre os campings, são bons, com água quente e banheiros. Mas o lugar que o chuveiro deste camping está é meio bizarro, fica numa cabana, meio aberto.. então quando venta para de cair água em cima de você e a água jorra pra fora. O povo da Islândia gosta de acampar, muita gente tem trailers, e sempre que possível vão para um camping passar os feriados.

 Por do sol #4

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