Geysir #10 (01/07/12)
Acordamos super cedo, 6:00am, para chegar até Gullfoss – a maior
cachoeira da Islândia.
Eu tava meio baqueado por causa do frio, a Sonja tava que
tava.. acostumada já com essas temperaturas. Levei umas boas horas até realmente
acordar.
Sonja e Gullfoss
Agora que estou me acostumando a viajar, no início perdia muitas coisas, desde tempo até roupas. É necessário todo um workflow para organizar as coisas nos alforges, dentro da barraca, lista de tarefas. Muita coisa acontece durante o dia, você vê tanta coisa diferente e depois mais coisas diferentes, pessoas novas, o esforço de pedalar cheio de bagagens e tudo isso em inglês... embaralha um pouco a mente, e as vezes é necessário dar uma pausa em tudo pra assimilar o que está rolando.
Pedalamos com as bikes sem carga, e foi uma beleza. Mesmo
assim estava com algum ácido lático nas pernas. 10 kms pedalados e estávamos
lá,, Gullfoss.
Gullfoss #1
Gullfoss #2
Com cara de retardado, mas é pra mostrar pra mãe que tive lá
Impressionante é pouco pra dizer sobre este lugar, realmente
é muito grandioso. Nunca vi nada igual. Após algumas fotos, me despedi da
Sonia, que iria seguir caminho para Sellfoss.
Passei umas 3hs lá, fazendo fotos, time lapses e videos. É
muito bom poder viajar assim..
Gullfoss #3
Na volta dei uma olhada na internet sobre o tempo, e decidi
ficar mais um dia lá, pra dar um tempo pras pernas se recuperarem. Também
decidi não ir mais pra Sellfoss, já que irei passar por lá no final da viagem.
O dia foi de edição de videos e fotos, e quando rolava
conexão fazia upload pra internet. Também dormi bastante a tarde, enquanto uma
bela chuva caia.
Fiquei pensando por algumas horas, e resolvi pegar um ônibus
amanhã, fazendo o trajeto de volta até a Ring Road. Vai custar uns 100 reais,
mas como já pedalei este trajeto, vou ganhar uns dias nessa.
Dia #11 (02/07/12) –
Mossfalbaer – Akranes (95kms)
Encontrei uns espanhois que estavam pedalando pelo país. Me
falaram pra pegar um ônibus quando chegar em Akureiry, pra passar pelas
highlands. Talvez faça isso, porque deve ser muito interessante lá.. daria pra
ir de bike, mas como não curto muito pedalar fora do asfalto (já basta a
Estrada Real), creio que vou pegar o busão mesmo.. veremos.
O ônibus somente irá partir às 13hs.. então passei umas horas
andando pelos gêisers. Creio que vai demorar um pouco pra eu ver de novo essas
coisas. O ônibus passou por Gullfoss de novo, assim como Thingvellir, então deu
pra dar mais uma curtida em tudo..
O geyser explodindo e o povo correndo..
Mais um geyser de Geysir
Vista de montanha (Geysir)
Gullfos (agora com a horda de turistas)
Þingvellir (agora de dia)
Cheguei na Ring Road às 16hs. Teria 40 kms pra pedalar pra
chegar até uma área para acampar, na real não tinha camping, somente uma
clareira onde é possível acampar.
Até Akranes são apenas 33kms, mas como não posso passar pelo
túnel de bike, tive que fazer um desvio, passando pela antiga estrada que liga
as cidades. O bom é que não havia ninguém na estrada.. então tive toda aquela paisagem sem nenhum
barulho de automóveis.
Indo para Akranes
Pink Floyd
Realmente estava muito bom pedalar ali, fiquei tão feliz que
resolvi ir até Akranes hoje mesmo.. pois como aqui não anoitece nunca, somente
fica muito frio depois das 21hs, tinha luz para pedalar a vontade.
O caminho foi maravilhoso, e estava com minhas pernas boas
novamente, com torque pras subidas. Levei cerca de 6hs pra fazer os 95kms,
parando direto para bater fotos. Outro ponto que achei que vai ser bem comum é
tomar café ou chá nos postos de gasolina, pois dão uma aquecida boa no corpo..
além dos estímulos da cafeína. Acabei comprando umas luvas num posto de
gasolina, creio que vao me servir bem para os dias de chuva.
No final do trajeto eu estava com muito frio, e ensopado
embaixo das roupas, sorte que são a prova de vento, senão ia rolar uma
hipotermia ou um resfriado. Falando em vento, é absurdo como ele pode ser cruel aqui.. as vezes é necessário sair da bike e empurrar nas retas.
Chegando em Akranes
Encontrei fácil um hostel em Akranes, e muito barato. O
dono, o Magnus, também já percorreu a Islândia de bike, uns 20 anos atrás,
quando não havia quase asfalto nas estradas.
Tomei um banho, comi aquele miojo saudável e capotei.
O pessoal da Islândia é bem humorado, sempre sorrindo (seria por causa do verão?), e são muito solícitos pra dar informações ou conversar. Sem contar o ótimo sotaque, tipo escola de inglês, bem fácil de compreender.. mais fácil que americanos ou ingleses.
Uma coisa interessante sobre este camping que estou são os cavalos, tem um serviço de passeios de cavalo bem legal. Como estou com pouca grana, me contentei em fotografá-los.
Dia #12 (03/07/2012) Akranes
O povo do hostel é muito gente boa. O Magnus é o dono e a
Nina, uma alemã, trabalha para ele. A Nina pinta uns quadros interessantes,
parecem fotografias HDR, com lápis de cor.. a decoração do hotel são estes
quadros.
Akranes - Barco #1
Barco #2
Fiquei boa parte do dia editando fotos e videos... dando um
tempo para as pernas. A tarde fui comprar um salmão, 10 reais o kg, pra fazer
de almoço. O legal destes hostels é q tem uma parte de free food, que é comida de graça, deixada por outros hóspedes.
Uma coisa interessante na Islândia é a segurança, sempre
deixo minha bike com cadeado, mas ninguém deixa.. dizem que não existem roubos, e supostamente
é o lugar mais seguro do planeta. Até agora não vi o menor sinal de pobreza,
todo mundo parece viver muito bem por aqui, neste quesito. Creio que para
suportar o inverno rigoroso, é mais que necessário ter toda uma infra
estrutura, caso contrário deve ser impossível.
Lá pelas 21hs saí para fotografar um pouco. Encontrei o
Hilmar, que é fotógrafo, e que é o responsável pelol projeto de abrir o farol
da cidade para visitação.
Barco #3 - Akranes
Como estava meio cansado fui pra casa depois de fotografar
uns barcos, lá existe um estaleiro para construção naval.
Dia #13 (04/07/2012) Akranes – Borgarnes (45kms)
Tentei arrumar a bike, mas não rolou. A coroa da frente
continua não entrando, o que pode ser um problema caso eu encontre uma subida
muito íngreme.. mas sempre rola empurrar nestes casos. Até agora quase não
precisei dela, mas vou tentar arrumar melhor hoje a noite.
O pedal até Borgarnes foi tranquilo. O vento as vezes
ajudava, mas na maioria das vezes atrapalhava.. porém a maior dificuldade foi o
trânsito, estava de novo na Ring Road, que não tem acostamento. Apesar do povo
passar sempre com certa distância, sempre rola aquele stress quando um veículo
se aproxima.
Parei uma vez para tomar um café, que custou algo em torno
de 6 reais e comer um pão com manteiga de amendoim.. to curtindo essa manteiga,
creio que poderia viver comendo somente
isso.
Cavalos e Montanhas
Cavalos e Montanhas #2
Uma coisa interessante que aconteceu foi uma ilusão de ótica
que tive. Toda vez que olhava para as montanhas, elas pareciam estar se
movendo, como se estivessem desmoronando, para cima e para baixo. Parava a bike
e ficava apreciando esta ilusão, que dava vida as montanhas.
Cheguei em Borgarnes depois de 3hs de pedal. Estou num
albergue da juventude, que é o dobro do preço dum camping, mas o preço é quase
o mesmo do que um do brasil, cerca de uns 40 reais.
To num quarto coletivo, com mais uma mulher da Suíça, com
mais três camas que podem se ocupadas por alguém a qualquer hora. A cidade não
tem muitos atrativos, é mais um ponto de apoio pra me estabelecer legal para a
próxima etapa da viagem, que vai ser entrando na península oeste do país, onde
irei acampar pelos próximos quatro ou cinco dias. Também não sei se terei
acesso a internet pela região.
Agora a noite fui tentar dar uma arrumada na bike e acabei
quebrando a chave de corrente. Fiquei puto, pois tinha pagado caro nessa chave
e não tem loja alguma de bike por aqui. Creio que amanhã terei que ir até
Reykjavik pra comprar a chave, pois se der algum problema na corrente durante o
caminho terei problemas.
Pra completar a noite, saí para bater umas fotos e quando
armei o tripé vi que tinha esquecido o cartão de memória da câmera no pc..
desencanei e fui dormir.
Dia #14 (05/07/2012) – Borgarnes – Reykjavik – Borgarnes..
de ônibus.
Tentei falar com um
morador local, que tem uma oficina, pra ver se ele podia me arranjar uma chave
de corrente. Ele tinha uma chave, mas infelizmente, era a única dele e não pode
me dar ou vender. Então segui, de ônibus, até Reykjavik.
Paguei cerca de 45 reais só pra levar a bike no ônibus (cada
viagem), pois também queria dar uma olhada na catraca pequena, que achava que
não estava pegando porque estava muito desgastada, mais outros 45 reais pra
cada passagem.. só de transporte gastei uns 180 reais.
Uma coisa interessante de refazer o trajeto de ônibus é que
você vê as coisas bem diferentes de dentro do carro. Passava pelo lugares e
não ficava tão impactado como antes, estava seguro, dentro de uma cápsula de
ferro e vidro e não exposto diretamente a tudo aquilo. É como comer no
MacDonald’s, sempre tem aquele gosto meio de plástico..
Em Reykjavik deu tudo certo, deixei a bike numa oficina pros
caras darem uma olhada nas catracas.. e o resultado era o que previ: a catraca
menor já era. Comprei a catraca nova,
mais uma chave de corrente e uma chave de pedal (a antiga devo ter esquecido em
Londres).
Era cerca de 12am quando terminei. Então fui comer algo,
aproveitar que estava na civilização. Fiquei curioso pra ver como era a comida
japonesa da Islândia. Sou um grande fã desta culinária e os rodízios no Brasil
são uma festa. Mas aqui fiquei decepcionado.. a variedade é tão
pequena que dá raiva, e os caras colocam tanta pimenta que perde o gosto da
comida. E não é aquela erva verde, é uma pimenta tabajara daqui mesmo.
Dei uma passada na igreja da cidade, pois é uma construção
bem peculiar. Mais tarde passei na casa
da Kasia, que me abrigou durante minha estadia em Reykjavik. E às 16hs fui pra rodoviária pegar o busão de
volta pra Borgarnes.
Antes de arrumar a bike passei no mercado, macarrão com
molho pesto. Creio que um pote de pesto aqui custa uns 5 reais. Todo mundo fica estranhando pela minha felicidade em comer pesto, mas
eles não sabem o preço que custa no Brasil.
Arrumei a bike e fiquei bem faceiro. Agora todas as marchas
estão entrando, corrente nova e linear, mto legal.
Borgarnes
A noite saí para fazer um time lapse das montanhas da
região. Fiquei cerca de 1:30h só olhando para as montanhas e como as nuvens se
formam. No quarto do hostel tem um
inglês que está completando a volta a ilha, ele fez pelo caminho contrário, em
17 dias com uma bike de corrida. Estava bem abatido, e disse que provavelmente
voltaria, mas com uma MTB.
Dia #15 (06/07/2012)
Borgarnes – Eldborg (56kms)
De manhã editei o time lapse que fiz a noite. Curti o
resultado, usei uma música do Fernando Ferronato, que já tinha usado em outro
video, da cicloviagem até Curitiba.
Saí do hostel ao meio dia, mas antes fiz um macarrão, pois
não sabia como seria a estrada. E foi uma boa, pois não encontrei nunhum posto
ou restaurante pra comprar algo.
O caminho foi tranquilo, chuviscou o tempo todo, mas
consegui escapar das grandes trombas de água que via no horizonte. O mais
interessante neste trajeto foram os derrames vulcânicos e os vulcões que encontrei
no caminho.
Derrames vulcânicos e vulcões
O vento não foi tão cruel, somente na última parte. Pra
completar, meu pneu rasgou faltando 3kms pra chegar no camping. Passei uma
silver tape e a fita anti-furo ta cobrindo o rasgo. Creio que vai aguentar,
caso contrário vou ter que usar o pneu reserva de kevlar.
No camping tive uma surpresa, está lotado de islandêses. O
mais estranho foi quando eu pedi onde ficava o chuveiro, o dono teve que me dar
a chave do banheiro.. aparentemente
ninguém tomou banho aqui hoje.
Agora to no saguão do hotel escrevendo o post e editando
umas fotos. Vou esperar as crianças do camping dormirem pra eu fazer o mesmo.
O pessoal da Islândia é bem humorado, sempre sorrindo (seria por causa do verão?), e são muito solícitos pra dar informações ou conversar. Sem contar o ótimo sotaque, tipo escola de inglês, bem fácil de compreender.. mais fácil que americanos ou ingleses.
Uma coisa interessante sobre este camping que estou são os cavalos, tem um serviço de passeios de cavalo bem legal. Como estou com pouca grana, me contentei em fotografá-los.
Duelo
Cavalos #2
Cortes de crina
Oi?
Dia #16 (07/07/2012) Eldborg –
Arnastapi (77kms)
O dia começou bem, uma leve
garoa. Levei pouco tempo pra arrumar as coisas e partir.
Logo no início o primeiro
problema, o pneu que ontem tinha furado, hoje estava rasgando. Não foi a câmara
e sim o pneu mesmo. Sorte que sempre levo um pneu de Kevlar reserva.. ai foi
mais um tempo pra trocar.. e carregar o pneu estragado (de arame) na bike, pois não tinha onde jogar fora, e achava que
poderia precisar dele.
Carregando o pneu rasgado
O grande lance de hoje foi o
vento. Vento contra, direto em cima de mim. Não conseguia passar dos 12.. 13kms
por hora, a média era de uns 9 kms/h. Foi muito difícil, pois o exforço era
grande e não existiam pontos de apoio para parar. Creio que foi uma das
pedaladas mais difíceis da minha vida.
Os pássaros foram um problema
também, tem um tipo, de bico vermelho, que vem pra cima da bike quando estou
perto. Acham que eu vou atacar o ninho deles ou algo assim. E o mais difícil é
que como o vento estava contra, não conseguia fugir deles. Tem um outro tipo de
pássaro, um marrom, que não te ataca, mas ficam tentando fazer cocô em cima de
você o tempo todo.. até agora não fui alvejado por estes, mas dúvido que
pasarei ileso durante a viagem toda.
Pra completar a história toda,
com o exforço que fazia no pedal, a corrente da bike quebrou.. ai foi mais um
tempo pra trocar...
Mas o dia teve bons momentos,
entrar na península de Snæfellsnes foi
maravilhoso, ver o vulcão também foi algo recompensador. Acredito que foi um
dos pedais mais didáticos que tive, pois a paciência que precisei hoje não tava
no gibi.
Snæfellsnes - e o vulcão lá no fundo
O camping em Arnastapi era bem
tabajara, eo mais caro até agora, cerca de 23 reais. Mas não tinha chuveiro nem
agua quente. Como o camping era ligado num hotel, entrei dentro do hotel e
tomei um banho escondido do gerente.
Depois capotei, realmente estava
muito cansado.
Dia #17 (08/07/2012) Arnastapi –
Grundarfjoerdur (70kms)
Tava pensando em ir até o vulcão,
mas a chuva estava apertando muito, então deixei para uma próxima vez que vier
pra cá, ou talvez na próxima vida.
Resolvi tirar um pedaço do pneu velho, pra caso precise fazer um remendo ou algo do gênero.. assim me livrei do pneu e um pouco da aparência de catador de lixo .
Resolvi tirar um pedaço do pneu velho, pra caso precise fazer um remendo ou algo do gênero.. assim me livrei do pneu e um pouco da aparência de catador de lixo .
A paisagem de hoje foi muito
legal, campos enormes de lava sedimentada e o vulcão lá nas nuvens. Passei por
inúmeras cachoeiras e por lugares difíceis de descrever. O vento chegou a ficar
a meu favor por umas horas, e aproveitei para esticar o pedal até a próxima
cidade, pois amanhã sei que ele vai ficar contra de novo..
Snæfellsnes #2
A chuva me acompanhou por todo o
trajeto, chuva fina.. mas fiquei feliz pelo vento não estar contra. O frio
também não está atrapalhando, estou até me acostumando.
Gaivota e lava
Snæfellsnes #3
Chegando em Grundarfjoerdur fui
para um albergue da juventude, mas estavam lotados. Então fui pro camping,
armar a barraca na chuva e preparar algo quente para comer.. macarrão com molho
pesto.
Dormi um pouco e em sequência fui
para um café, usar a internet. A maior surpresa do dia foi a banda de death
metal que está tocando no café. Muito surreal, este tipo de som fica recluso a
umas bibocas no Brasil, aqui tocam até em cafés. E a banda, apesar de não ser
meu estilo favorito, é muito boa.. lembra até as coisas do The Great Southern
Trendkill do Pantera.
Creio que terminando aqui vou
fazer mais um macarrão e dormir.
Dia #18 (09/07/2012) Grundarfjoerdur
– Stykkisholmur (40kms)
Vento.. e contra. O dia foi
baseado nisso, lutar contra o vento. Não tinha muito o que fazer, as vezes
pedalava, as vezes empurrava. Pela primeira vez tiver que empurrar a bike na
descida, pois o vento tava muito forte. A velocidade média era de 6km/h...
Ventos de 120km/h
Foi muito curioso, para não dizer
abominável, como o vento mudou totalmente de direção de ontem pra hoje. Isso é
bem comum por aqui, teoricamente estou fazendo o caminho mais difícil da
Islândia, sentido horário.. mas não é regra, pois os ventos estao mudando
sempre de direção.
Pelo menos aprendi a olhar a
tabela de ventos: http://en.vedur.is/weather/forecasts/elements/#type=wind
É algo bem importante por aqui,
eu diria mais do que a chuva. E hoje peguei ventos de cerca de 120-160kms/h.. e
contra, o que impossibilitava de pedalar até em algumas descidas. Fato inédito
na minha vida: empurrar a bike numa descida.
Saindo de Grundarfjoerdur
Tirando o vento, tentava
aproveitar o visual, parava para comer nos rochedos vulcânicos e procrastinava
ao máximo o pedal, esperando uma mudaça súbita na direção do vento.. que não
ocorreu.
Ontem aproveitei que o vento
estava a meu favor e pedalei mais 25kms até a cidade onde fiquei. Foi algo
sábio, pois se fosse pra pedalar mais esses 25kms hj eu estaria bem cansado...
Amanhã creio que volto pra
Borgarnes, para pegar a Ring Road no dia seguinte. Creio que pedalar amanhã não
é muito legal, pois o vento vai estar agressivo ainda.
Agora estou instalado num
camping, cheio de islandeses sem camisa numa temperatura de 12 graus.
Outro fato que ocorreu ontem a noite foi um casal brigando dentro dum trailer no camping. Sem noção total, silêncio quebrado pelos gritos dos dois..
Sobre os campings, são bons, com água quente e banheiros. Mas o lugar que o chuveiro deste camping está é meio bizarro, fica numa cabana, meio aberto.. então quando venta para de cair água em cima de você e a água jorra pra fora. O povo da Islândia gosta de acampar, muita gente tem trailers, e sempre que possível vão para um camping passar os feriados.
Dia #19 – Stykkisholmur (de
barco)
Acordei super cedo, 7:00am e decidi
ir até os fiordes do norte, via Ferry.
O passeio foi legal, cheio de
belas paisagens e vento gelado. Uma coisa interessante foi que o vento diminuiu
muito a intensidade durante a noite, virando um vento “normal”. O barco parou
na ilha de Flatey e depois seguiu viagem até os fiordes do norte.
Estava muito cansado, minhas
pernas sorriam para o ácido lático acumulado. De tão cansado dormi no barco por
uma hora.. dando aquelas acordadas e todo mundo olhando pro cara dormindo
sentado.
Os fiordes são muito legais, é
uma pena que não vou ter tempo para pedalar por ali. Tinha muita vontade de
conhecer estes lugares, mas as distâncias entre as vilas são grandes, chegando
a quase 200kms entre uma e outra.. então desencanei e fiz somente este breve
passeio.
No ferry #1
Na volta estava morrendo de fome.
Comprei leite, queijo e atum pra dar aquela calibrada nas proteínas. Perdi
algum peso já, e antes da viagem tentei engordar um pouco, pois sabia que isso
iria acontecer.. o lance é tentar não desaparecer no próximo mês.
O pessoal está sem camisa, marcando 10 graus.. impressionante a referência de cada povo sobre o calor.
Na barraca, depois de comer,
dormi por algumas horas. E depois fui
para a internet, no cmpo de golfe.
Aproveitei a bela luz para bater
umas fotos depois, e amanha devo seguir viagem de ônibus para Borgarnes, de
onde sigo até o final da trip pela Ring Road.
Uma coisa muito legal que rolou ontem foi a comunicação com outro fotografo, que não sabia falar inglês, um italiano. Estavamos no alto da montanha, fotografando o pôr do sol, quase meia noite, e ele veio do meu lado e me mostrou sua fisheye, pedindo pra eu usar. Achei muito legal, tipo uma solidariedade. Fiquei tão feliz que esqueci até de fazer o foco. Isso vai bem ao contrário do que vi hoje no Ferry: um monte de turistas com suas 5D e teleobjetivas brancas do tamanho da minha bike.. fotografando em modo automático.
Uma coisa muito legal que rolou ontem foi a comunicação com outro fotografo, que não sabia falar inglês, um italiano. Estavamos no alto da montanha, fotografando o pôr do sol, quase meia noite, e ele veio do meu lado e me mostrou sua fisheye, pedindo pra eu usar. Achei muito legal, tipo uma solidariedade. Fiquei tão feliz que esqueci até de fazer o foco. Isso vai bem ao contrário do que vi hoje no Ferry: um monte de turistas com suas 5D e teleobjetivas brancas do tamanho da minha bike.. fotografando em modo automático.
Igreja - Stikkysholmur
O mundo é redondo.. sem foco, mas redondo..
Sunset - 23:30
Outro fato que ocorreu ontem a noite foi um casal brigando dentro dum trailer no camping. Sem noção total, silêncio quebrado pelos gritos dos dois..
Sobre os campings, são bons, com água quente e banheiros. Mas o lugar que o chuveiro deste camping está é meio bizarro, fica numa cabana, meio aberto.. então quando venta para de cair água em cima de você e a água jorra pra fora. O povo da Islândia gosta de acampar, muita gente tem trailers, e sempre que possível vão para um camping passar os feriados.
Por do sol #4
Empurrar a bike numa descida?!?
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