segunda-feira, 11 de junho de 2012

Islândia - Preparativos e devaneios...


Finalmente.. a Islândia.
Desde que conheci o Google Earth quis conhecer a Islândia. Passava horas olhando as fotos dos lugares, os caminhos.. cheguei a fazer uma cotação de quanto sairia para alugar um carro para percorrer o país. Estava bem certo que iria passar minhas próximas férias conhecendo o país, de carro, isso em 2009.
Neste mesmo tempo redescobri a bicicleta como meio de transporte. Acabei fazendo umas pequenas viagens e um novo mundo surgiu para mim.
Viajar de bike era muito mais demorado, cansativo.. mas ao mesmo tempo era o único meio de transporte que me levava a realmente conhecer um lugar e as pessoas. O contato com o mundo é outro. Você realmente percorre o caminho, independente de uma máquina ou motor mas sempre dependente das outras pessoas, da natureza e do mundo. Se chove demais você não consegue pedalar direito (apesar que minha experiência na Estrada Real ir ao contrário deste pensamento), muito vento te atrasa, o sol te frita... mas isso tudo faz parte do lugar, do mundo. Dentro de um carro você não sente o mundo. E as pessoas, sem elas isso não valeria a pena, pois as vezes uma palavra, uma história, um copo de água, uma travessia de canoa ou um pouso fazem a gente ver que as pessoas são boas e que nossos preconceitos e medos são os grandes entraves do mundo.
Teve alguns acontecimentos na minha vida muito importantes para esta escolha.. O primeiro dá pra dizer que foi minha infância no interior de Santa Catarina. Eu vivia com meus amigos e primos no meio do mato.. Xanxerê, Modelo e Orleans eram ótimas cidades para uma criança crescer... até já criei patos dentro de casa. (que depois viraram uma janta.. mas essa é outra história).
Agora moro em São Paulo e apesar de trabalhar com o que gosto (música, foto e video) acabei em um estúdio.. era um ambiente fechado, isolado e muito mal aproveitado. Isso me rendia muito tempo livre/útil, ai comecei a ler os livros do Amyr Klink e através dele descobri “ A Incrível viagem de Shackleton” do Alfred Lansing. Aí vi o quanto estava me distanciando de eu mesmo..
A ideia agora era ter um veleiro, mas logo foi abandonada.. talvez por preguiça ou pela ansiedade de precisar sair dali urgentemente. Foi ai que digitei no Google “volta ao mundo de bicicleta”.. e encontrei o site do Antônio Olinto e do Arthur Simões.. e vi que realmente era possível percorrer grandes distâncias de bicicleta.
Alguns dias depois comprei uma bike e desci pro litoral com meu amigo Luiz Cazati. Foi um estrago na minha mente, como era possível ter chegado até ali? E de bicicleta???
Comecei a descer até Santos toda a semana.. e resolvi fazer minha primeira viagem sozinho até Paraty. Depois fui até Curitiba e nas minhas férias fui de Vitória-ES até Salvador-BA pedalando.
A Islândia sempre na minha cabeça, mas por “n” motivos tive que abortar a ida no ano seguinte.. e acabei indo para a Estrada Real, de Diamantina até Paraty - na época de chuvas.
Percorrer a Estrada Real nesta época foi um desafio grande, a quantidade de lama que peguei no caminho era desconcertante. Hoje olhando para trás, vejo que a Estrada Real foi uma grande sala de aula, e acho que só depois dela fiquei melhor preparado para a Islândia.
A Islândia é uma pequena ilha no Atlântico Norte, um pouco abaixo do círculo polar com cerca de 320 mil pessoas vivendo nela. Lá quase não crescem árvores e é o pais mais jovem da Europa (geologicamente falando). A capital é Reykjavik e junto com Akureiry são as duas únicas cidades que consigo pronunciar os nomes.
Em 2010 comecei a estudar fotografia e isto é uma das coisas que me atraem por lá, pois creio que deve ser diferente de tudo o que eu já tenha visto antes.
O roteiro que tenho em mente é o seguinte:

Londres 17-22 (junho)

Islândia
Airport- reykjavik (55kms)
1-2-3 Reykjavik
4-5 Reykjavik thinkvelir - (55kms)
6-thingvelir - laugarvatn - 30kms
7-laugarvatn - gulfoss -40kms
8-gulfoss - selfoss - 70kms
9-selfoss
10-selfoss - medhalfsvatn - 67kms
11--medhaflsvatn - akranes -63kms
12-akranes-bogranes - 45kms
13-bogranes - eldborg -52kms
14-eldborg - arnastapi - 78kms
15-arnastapi - orlafsvik - 50kms
16-olafsvik-stykkisholmur -62kms
17-stykkisholmur-burdardalur 86kms
18-burdardalur-hrutafjordu-60kms
19-hrutafjordu-Bloenduos 70kms
20-Bloenduos
21-Bloenduos-Vamahlid 50kms
22-Vamahlid-Akureiry (95kms)
pode ser feito em dois dias
23,24,25-Akureiry
26-Akureyri-Godafoss (50kms)
27-Godafoss-Reykjahild (50kms)
28-29-Reykjahild-Egilsstadir 164kms
Fica bem habitado depois de uns 90kms
30-Egilsstadir - Breiodalsvik (80kms)
31-Breiodalsvik-Djupivogur (65kms)
32--Djupivogur-Joekulsa I Loni (74kms)
33-Joekulsa I Loni - Hoefn (34kms)
34-Hoefn
35-Hoefn - Vagnnsstaoir (55kms)
36-Vagnnsstaoir - Hof (63kms)
37- Hof - Skaftafell (22kms)
38 - Skaftafell
39 - Skaftafell-Kirkjubaejarklaustur (70kms)
40- Kirkjubaejarklaustur
41 - Kirkjubaejarklaustur – VIK 75kms
42-vik
43- vik - Hvolsvoellur (82kms)
44- Hvolsvoellur - Selfoss (50kms)
45- Selfoss - Thorlakshofn (30kms)
46- Thorlakshofn-Grindavik (60kms)
47-Grindavik
48- Grindavik - Airport (40kms)

O roteiro na verdade já mudou um pouco, pois sei que irei gravar um músico em Keflavik no primeiro dia.
Falando nisso, este é outro ponto da viagem.. fazer gravações e entrevistas com músicos do país. Como venho fazendo aqui no Brasil:
Será uma viagem bem diferente do que estou habituado a fazer, pois estarei acampando quase todos os dias, cozinhando.. já que os preços de hotéis e restaurantes da Islândia são abusivos para este ciclista.
A principal dificuldade de lá é o tempo.. uma tempestade surge em poucos minutos, assim como os fortes ventos, que as vezes chegam a mais de 100kms/h.
Em compensação existem vulcões, geleiras, fiordes, geysers, montanhas, praias de areia vulcânica, montanhas e muito gelo.
Escolhi esta época do ano pois as temperaturas estão mais amenas, creio que a maioria do tempo a temperatura vai ficar entre 5C e 15C. Salvo alguns lugares pro interior. Outro detalhe interessante é o tempo de duração dos dias, que chegam a cerca de 22 até 24hs com luz solar, com muitas vezes mais de 8horas da “golden hour” que é aquele momento que a luz solar está “muito boa” para fotografar. (Em torno das 4-6pm aqui no Brasil.. ou de manhã quando o sol nasce).
A rota escolhida é basicamente a Ring Road, que é a estrada que contorna a ilha. Porém na região da capital vou desviar da Ring Road, entrar um pouco para o interior, percorrer o Golden Circle, assim como ir para a peninsula de Reykjanes e percorrer um pouco o Oeste, até a região de Snæfellsjökull. No mais meu roteiro está com uma quilometragem razoavelmente baixa, dando alguma liberdade para ir para outros lugares além dos descritos no trajeto, ou passar mais tempo nos que eu achar melhor (ou ficar preso por causa do mal tempo).


"Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir" Amyr Klink

5 comentários:

  1. Boa Viagem Victor.
    Aguardo ansioso pelos relatos, que sempre tem muito a agregar.
    Att - Breno Negreiros

    ResponderExcluir
  2. Vitinho, vou deixar o Antonio crescer e embarcar nesta tripa de bike também

    ResponderExcluir
  3. Vitor..
    o meu filho Pedro é fascinado pela Islandia...lemos todos os relatos...maravilhosa a viagem..

    ResponderExcluir
  4. Victor, estou montando um roteiro parecido com o seu de pedal pela Islândia também e gostaria de tirar algumas dúvidas com você. Caso possa fazer contato, meu email é dududelpy@hotmail.com. Abs.

    ResponderExcluir