Finalmente.. a
Islândia.
Desde que conheci o
Google Earth quis conhecer a Islândia. Passava horas olhando as
fotos dos lugares, os caminhos.. cheguei a fazer uma cotação de
quanto sairia para alugar um carro para percorrer o país. Estava bem
certo que iria passar minhas próximas férias conhecendo o país, de
carro, isso em 2009.
Neste mesmo tempo
redescobri a bicicleta como meio de transporte. Acabei fazendo umas
pequenas viagens e um novo mundo surgiu para mim.
Viajar de bike era
muito mais demorado, cansativo.. mas ao mesmo tempo era o único meio
de transporte que me levava a realmente conhecer um lugar e as
pessoas. O contato com o mundo é outro. Você realmente percorre o
caminho, independente de uma máquina ou motor mas sempre dependente
das outras pessoas, da natureza e do mundo. Se chove demais você não
consegue pedalar direito (apesar que minha experiência na Estrada
Real ir ao contrário deste pensamento), muito vento te atrasa, o sol
te frita... mas isso tudo faz parte do lugar, do mundo. Dentro de um
carro você não sente o mundo. E as pessoas, sem elas isso não
valeria a pena, pois as vezes uma palavra, uma história, um copo de
água, uma travessia de canoa ou um pouso fazem a gente ver que as
pessoas são boas e que nossos preconceitos e medos são os grandes
entraves do mundo.
Teve alguns
acontecimentos na minha vida muito importantes para esta escolha.. O
primeiro dá pra dizer que foi minha infância no interior de Santa
Catarina. Eu vivia com meus amigos e primos no meio do mato..
Xanxerê, Modelo e Orleans eram ótimas cidades para uma criança
crescer... até já criei patos dentro de casa. (que depois viraram
uma janta.. mas essa é outra história).
Agora moro em São
Paulo e apesar de trabalhar com o que gosto (música, foto e video)
acabei em um estúdio.. era um ambiente fechado, isolado e muito mal
aproveitado. Isso me rendia muito tempo livre/útil, ai comecei a ler
os livros do Amyr Klink e através dele descobri “ A Incrível
viagem de Shackleton” do Alfred Lansing. Aí vi o quanto
estava me distanciando de eu mesmo..
A ideia agora era ter
um veleiro, mas logo foi abandonada.. talvez por preguiça ou pela
ansiedade de precisar sair dali urgentemente. Foi ai que digitei no
Google “volta ao mundo de bicicleta”.. e encontrei o site do
Antônio Olinto e do Arthur Simões.. e vi que realmente era possível
percorrer grandes distâncias de bicicleta.
Alguns dias depois
comprei uma bike e desci pro litoral com meu amigo Luiz Cazati. Foi
um estrago na minha mente, como era possível ter chegado até ali? E
de bicicleta???
Comecei a descer até
Santos toda a semana.. e resolvi fazer minha primeira viagem sozinho
até Paraty. Depois fui até Curitiba e nas minhas férias fui de
Vitória-ES até Salvador-BA pedalando.
A Islândia sempre na
minha cabeça, mas por “n” motivos tive que abortar a ida no ano
seguinte.. e acabei indo para a Estrada Real, de Diamantina até
Paraty - na época de chuvas.
Percorrer a Estrada
Real nesta época foi um desafio grande, a quantidade de lama que
peguei no caminho era desconcertante. Hoje olhando para trás, vejo
que a Estrada Real foi uma grande sala de aula, e acho que só depois
dela fiquei melhor preparado para a Islândia.
A Islândia é uma
pequena ilha no Atlântico Norte, um pouco abaixo do círculo polar
com cerca de 320 mil pessoas vivendo nela. Lá quase não crescem
árvores e é o pais mais jovem da Europa (geologicamente falando). A
capital é Reykjavik e junto com Akureiry são as duas únicas
cidades que consigo pronunciar os nomes.
Em 2010 comecei a
estudar fotografia e isto é uma das coisas que me atraem por lá,
pois creio que deve ser diferente de tudo o que eu já tenha visto
antes.
O roteiro que tenho em
mente é o seguinte:
Londres 17-22 (junho)
Islândia
Airport- reykjavik
(55kms)
1-2-3 Reykjavik
4-5 Reykjavik
thinkvelir - (55kms)
6-thingvelir -
laugarvatn - 30kms
7-laugarvatn - gulfoss
-40kms
8-gulfoss - selfoss -
70kms
9-selfoss
10-selfoss -
medhalfsvatn - 67kms
11--medhaflsvatn -
akranes -63kms
12-akranes-bogranes -
45kms
13-bogranes - eldborg
-52kms
14-eldborg - arnastapi
- 78kms
15-arnastapi -
orlafsvik - 50kms
16-olafsvik-stykkisholmur
-62kms
17-stykkisholmur-burdardalur
86kms
18-burdardalur-hrutafjordu-60kms
19-hrutafjordu-Bloenduos
70kms
20-Bloenduos
21-Bloenduos-Vamahlid
50kms
22-Vamahlid-Akureiry
(95kms)
pode ser feito em dois
dias
23,24,25-Akureiry
26-Akureyri-Godafoss
(50kms)
27-Godafoss-Reykjahild
(50kms)
28-29-Reykjahild-Egilsstadir
164kms
Fica bem habitado
depois de uns 90kms
30-Egilsstadir -
Breiodalsvik (80kms)
31-Breiodalsvik-Djupivogur
(65kms)
32--Djupivogur-Joekulsa
I Loni (74kms)
33-Joekulsa I Loni -
Hoefn (34kms)
34-Hoefn
35-Hoefn - Vagnnsstaoir
(55kms)
36-Vagnnsstaoir - Hof
(63kms)
37- Hof - Skaftafell
(22kms)
38 - Skaftafell
39 -
Skaftafell-Kirkjubaejarklaustur (70kms)
40-
Kirkjubaejarklaustur
41 -
Kirkjubaejarklaustur – VIK 75kms
42-vik
43- vik - Hvolsvoellur
(82kms)
44- Hvolsvoellur -
Selfoss (50kms)
45- Selfoss -
Thorlakshofn (30kms)
46-
Thorlakshofn-Grindavik (60kms)
47-Grindavik
48- Grindavik - Airport
(40kms)
O roteiro na verdade já
mudou um pouco, pois sei que irei gravar um músico em Keflavik no
primeiro dia.
Falando nisso, este é
outro ponto da viagem.. fazer gravações e entrevistas com músicos
do país. Como venho fazendo aqui no Brasil:
Será uma viagem bem
diferente do que estou habituado a fazer, pois estarei acampando
quase todos os dias, cozinhando.. já que os preços de hotéis e
restaurantes da Islândia são abusivos para este ciclista.
A principal dificuldade
de lá é o tempo.. uma tempestade surge em poucos minutos, assim
como os fortes ventos, que as vezes chegam a mais de 100kms/h.
Em compensação
existem vulcões, geleiras, fiordes, geysers, montanhas, praias de
areia vulcânica, montanhas e muito gelo.
Escolhi esta época do
ano pois as temperaturas estão mais amenas, creio que a maioria do
tempo a temperatura vai ficar entre 5C e 15C. Salvo alguns lugares
pro interior. Outro detalhe interessante é o tempo de duração dos
dias, que chegam a cerca de 22 até 24hs com luz solar, com muitas
vezes mais de 8horas da “golden hour” que é aquele momento que a
luz solar está “muito boa” para fotografar. (Em torno das 4-6pm
aqui no Brasil.. ou de manhã quando o sol nasce).
A rota escolhida é
basicamente a Ring Road, que é a estrada que contorna a ilha. Porém
na região da capital vou desviar da Ring Road, entrar um pouco para
o interior, percorrer o Golden Circle, assim como ir para a peninsula
de Reykjanes e percorrer um pouco o Oeste, até a região de
Snæfellsjökull. No mais meu roteiro está com uma quilometragem
razoavelmente baixa, dando alguma liberdade para ir para outros
lugares além dos descritos no trajeto, ou passar mais tempo nos que
eu achar melhor (ou ficar preso por causa do mal tempo).
"Um dia é preciso
parar de sonhar e, de algum modo, partir" Amyr Klink
Estaremos com voce!!!!
ResponderExcluirEm & Dom
Boa Viagem Victor.
ResponderExcluirAguardo ansioso pelos relatos, que sempre tem muito a agregar.
Att - Breno Negreiros
Vitinho, vou deixar o Antonio crescer e embarcar nesta tripa de bike também
ResponderExcluirVitor..
ResponderExcluiro meu filho Pedro é fascinado pela Islandia...lemos todos os relatos...maravilhosa a viagem..
Victor, estou montando um roteiro parecido com o seu de pedal pela Islândia também e gostaria de tirar algumas dúvidas com você. Caso possa fazer contato, meu email é dududelpy@hotmail.com. Abs.
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